A série de podcasts "Território Tejo" disponibiliza em versão áudio parte dos textos dos itinerários descritos no livro "Ler a Paisagem: Território Tejo". A proposta é que o visitante percorra esses itinerários, descobrindo a paisagem da bacia hidrográfica do Tejo, ao som destas leituras. Estes textos, produzidos pela equipa do MdP, pretendem proporcionar ao leitor um outro olhar sobre a paisagem deste território, facultando novas perspetivas que possam enriquecer e complementar a sua leitura e interpretação.

Itinerário Tejo Internacional

Este percurso é quase circular, percorrendo parte do limite Este do Território Tejo, ao longo da raia beirã e Parque Natural do Tejo Internacional.

O percurso tem início em Salvaterra do Extremo (.1), junto às escarpas graníticas do rio Erges. Daqui, atravessamos um território quase desabitado, passando por Rosmaninhal, Soalheiras e pela abandonada aldeia de Alares (.2). Temos o primeiro encontro com o Tejo, ainda rio fronteira que separa Portugal de Espanha. Passamos por Castelo Branco e dirigimo-nos para Norte, até uma singular marca na paisagem formada por “Pedras Instáveis” (.3). Depois é tempo de reencontrar a água do Tejo, ainda em modo de ribeira e com nome de Alpreade (.4). Regressamos a Este percorrendo montados e olivais, até ao longe avistarmos o monte de Monsanto, farol que nos guiará até São Pedro de Vir-a-Corça (.5), guardião do espírito do lugar.

 

Itinerário Grande Lisboa

Este percurso circunda Lisboa, atravessa a periferia da cidade que nasceu em redor do Tejo e leva-nos até ao mar, onde o rio termina tão longa viagem.

Começamos na Amadora, no topo do antigo aterro da Boba (.36), para observar e refletir sobre a paisagem do Antropoceno. Seguimos por auto estrada e vias rápidas, como se sobrevoássemos a cidade, e alcançamos num ápice a Matinha de Queluz (.37). Aqui os sentidos confundem-se. Na secular mata de sobreiros, o som é de automóveis e vidas em permanente movimento. Abandonamos a cidade nova e seguimos pela estrada que segue o rio Jamor, ao longo de muros e antigas quintas, até às margens do Tejo. Em Belém, aguardamos pelo barco (.38), um dos últimos herdeiros do transporte fluvial entre as margens da Grande Lisboa. Seguimos rente à água até à Trafaria, e daí, novamente por estrada, até ao Cais do Ginjal (.39). Estamos em território de pesca e de antigos armazéns. Aparentemente abandonada, esta ainda é uma paisagem vivida e habitada. Seguimos por fim até à Cova do Vapor (.40), uma aldeia imaginada que parece sair das dunas, que há muito testemunha o eterno encontro do Tejo com o Mar.