“Depois da Estrada” é o relato de uma viagem entre a Serra do Larouco e os arenitos recortados da praia da Coelha, no Algarve. O itinerário foi feito de carro com meios reduzidos ao mínimo essencial, durante cinco dias contínuos, de sol a sol, sem qualquer desvio para abastecimento alimentar. As noites foram passadas no campo, junto à estrada. O objetivo foi percorrer paisagens que estão longe de tudo, longe das cidades, longe do mar, longe dos eixos de desenvolvimento urbano do país, longe de monumentos ou de lugares turísticos, longe de Espanha. No fundo, percorrer um Portugal pouco povoado e ir compondo um retrato dessa realidade.

Sobre o mapa de Portugal traçamos uma linha de norte a sul. Uma linha entre o recorte da costa atlântica, a poente, e a fronteira com Espanha, a nascente. Procuramos um ponto elevado como local de partida. Será a Serra do Larouco. O destino são os arenitos recortados da praia da Coelha, não longe de Albufeira, no Algarve. Com esta linha desenhada afinamos o itinerário sobre as estradas existentes. Optamos por não passar por cidades ou vilas. É este o conceito da viagem. Queremos percorrer paisagens que estão longe de tudo, longe das cidades, longe do mar, longe dos eixos de desenvolvimento urbano do país, longe de monumentos ou de lugares turísticos, longe de Espanha. No fundo, percorrer um Portugal pouco povoado e ir compondo um retrato dessa realidade.

Esta viagem foi feita de carro com meios reduzidos ao mínimo essencial, durante cinco dias contínuos, de sol a sol, sem qualquer desvio para abastecimento alimentar. As noites foram passadas no campo, junto à estrada.

Os pressupostos da partida são claros: juntar duas linhas de simplicidade e coerência. Uma viagem de baixo custo e um país interior, generalizadamente pobre, em processo de desertificação humana. Iremos encontrar campos agrícolas agora ao abandono, ou florestados com a monotonia de um verde seco “industrial”. Sabemos que é impossível, nem seria desejável, voltar atrás, ao tempo das mãos na enxada em jornadas duras e intermináveis. Temos saudades da imagem de um país trabalhado pelas mãos calejadas dos agricultores, mas não temos saudades desses ofícios. A transformação do espaço é uma inevitabilidade. Foi sempre assim.

A paisagem nunca foi estável, tal como nunca foi estável o clima. As transformações são agora muito mais céleres. No período de uma vida humana percebemos uma mudança que não seria tão evidente para os nossos antepassados.

Ao movimento sobre o espaço, junta-se o desejo de vivenciar a terra e de ler a evolução a que foi sujeita. Continuamos a tentar comunicar o valor da paisagem, a nossa integração, como espécie biológica, a refletir sobre o que é um país, que cultura encerramos, o que nos transmite a diversidade dos lugares, como se materializam as construções humanas, como se “agarram” ao solo.

Que país é este que, entre Espanha e o oceano, cabe numa linha?

 


© 2020, Duarte Belo e Museu da Paisagem

Título: Depois da Estrada

Texto e Fotografias: Duarte Belo

Edição Museu da Paisagem

1ª edição: Outubro de 2020

320 páginas (150 x 200 mm)

ISBN: 978-989-54497-3-6

PVP: 21,80€

 

Disponível em:

 

 

100ª Página, Braga

 

A das Artes, Sines

 

Ao Pé das Letras, Vila Nova da Barquinha

 

Barata, Lisboa

 

Boa Leitura, Leiria

 

BooksLive, Oeiras

 

Culsete, Setúbal

 

Distopia, Lisboa

 

Escriba, Almada

 

Espaço, Algés

 

Ferin, Lisboa

 

Flâneur, Porto

 

Fonte de Letras, Évora

 

Ler Devagar, Lisboa

 

Ler Devagar, Óbidos

 

Palavra de Viajante, Lisboa

 

STET, Lisboa

 

Snob, Lisboa

 

Tigre de Papel, Lisboa

 

Velhotes, Vila Nova de Gaia

 

wook.pt (livraria on-line)