A exposição
“A Invenção da Amnésia” propõe ao visitante a deambulação por um território
fragmentado, composto por fotografias, vídeos, desenhos, mapas, textos e registos áudio,
cujos elementos se vão interligando na tentativa de apreensão de uma paisagem. O
visitante pode percorrer este território: clicando e arrastando com o rato do computador no
espaço branco, trazendo para o ecrã novos fragmentos; fazendo
scroll, aproximando-se ou
distanciando-se das imagens; permanecendo sobre algumas das
fotografias e mapas, ativando assim os sons e vídeos associados; ou clicando nas imagens
e, a partir daí, fazer a ligação para outras camadas da exposição, que se vai
reconfigurando através de múltiplas combinações.
A Invenção da Amnésia, da autoria de Fernando Brito, Miguel Rodrigues, Nuno Andrade e
Renato Japi e com a participação de André Fontes, é um projeto coletivo de residência
artística em torno do traçado da EN 10, estrada que, com interrupções e ramais, faz a
ligação entre Sacavém e Cacilhas. Para além da delimitação geográfica do projeto, a
estrada serve, também, como ponto de confluência de ideias, práticas e rotinas, não só de
trabalho, mas de experiencia dos autores e foi escolhida precisamente por isso: é, ao
mesmo tempo, o palco das rotinas, presentes ou passadas, de todos os autores que
integram o projeto – essa partilha é condição de participação – e, pela natureza do seu
traçado, palco dos elementos que são explorados nos trabalhos: a circularidade – a estrada
é, ela mesma, uma espécie de proto circular; a repetição – como circuito periurbano, é
ligação para as rotinas de
commute de muitas das pessoas que habitam nas zonas que
serve; e a memória/esquecimento – por ser tão próxima dessas rotinas, a estrada é,
também, praticamente invisível para quem nela se desloca. Estes três elementos são
postos em prática através de um diálogo entre a tradição documental, tida como a
observação à distância de uma determinada realidade, e a experiência imediata, imersiva,
do espaço; procurando trazer para o espaço de observação a materialidade, a gestualidade,
a corporeidade e a memória processual desta experiência.
The exhibition “The Invention of Amnesia” presents the viewer with a process of dwelling
through a fragmented territory, composed of photographs, videos, drawings, maps, texts and
audio records, whose elements are interconnected in an attempt to apprehend this landscape.
The visitor can navigate this territory: clicking and dragging with the computer mouse in the
white space, bringing new fragments to the screen; scrolling, getting closer or farther away
from images: resting the mouse on some of the photographs and maps, thus activating the
associated sounds and videos; or by clicking on the images and, from there, making the
connection to other layers of the exhibition and reconfiguring it through multiple
combinations.
“The Invention of Amnesia”, a project by Fernando Brito, Miguel Rodrigues, Nuno Andrade and
Renato Japi and with the participation of André Fontes, is a collective project for an artists
residency around the layout of Estrada Nacional 10 (Route 10), a road that, with interruptions
and branches, makes the connection between Sacavém and Cacilhas, in the outskirts of Lisbon,
Portugal. In addition to the geographical delimitation of the project, the road also serves as a
point of confluence of ideas, practices and routines, not only for work, but for the authors'
experience and was chosen precisely for this reason: it is, at the same time, the stage of the
routines, present or past, of all the authors who are part of the project - this sharing is a
condition of participation - and, due to the nature of its layout, the stage for the elements that
are explored in the works: circularity - the road is itself a kind of proto peripheral route;
repetition - as a periurban circuit, it is a link to the commuting routines of many of the people
who live in the areas it serves; and memory / forgetting - because it is so close to these
routines, the road is also practically invisible to those who travel on it. These three elements
are put into practice through a dialogue between the documentary tradition, seen as the
remote observation of a certain reality, and the immediate, immersive experience of space;
trying to bring to the observation the materiality, the performativity, the corporeality and the
procedural memory of this experience.
Ficha técnica:
Exposição “A Invenção da Amnésia”
Projeto de:
Fernando Brito,
Miguel Rodrigues,
Nuno Andrade
Renato Japi
com a participação de:
André Fontes
Coordenação:
João Abreu
Margarida Carvalho
Curadoria:
João Abreu
Programação:
Nuno Palma
Design Gráfico:
Mariana do Vale